jueves, 27 de noviembre de 2008

Tipos de insulina

Depois da descoberta da insulina, observou-se o desconforto de aplicá-la a cada 3 ou 4 horas por causa do seu curto prazo de ação. Dessa forma, em 1936, pesquisas revelaram que a ação da insulina poderia ser mais longa através da associação com a protamina, que é uma proteína do peixe. No mesmo ano, a insulina protamina Zinco, de ação prolongada, foi produzida. Na década de 1940, foi desenvolvida a insulina protamina cristalizada que possibilitava a mistura com a insulina de ação prolongada dentro da mesma seringa sem que uma interferisse na ação da outra. Essa insulina passou a ser comercializada com o nome de Insulina neutra Hagedorn (NPH - Neutral Protamine Hagedorn). Em 1953, a insulina lenta, de ação prolongada às custas de zinco com perfil semelhante a NPH, foi desenvolvida. Três anos mais tarde, a insulina ultra-lenta, de ação ainda mais prolongada, também ficou disponível. A produção de insulina humana foi anunciada em 1978. Produzida por DNA recombinante, no qual o gene da insulina é introduzido no genoma da bactéria Escherichia coli ou do fungo Saccharomyces cerevisiae, passou a ser amplamente utilizada no ano de 1980, com a vantagem de ser menos imunogênica, provocando menos reações locais e menor indução de anticorpos. A insulina lispro, comercializada a partir de 1996, é um análogo em que há troca de posições de prolina e lisina nas posições 28 e 29 da cadeia B. Em 1999, introduziu-se a insulina aspart, outro análogo de ação rápida. Nesta última, a prolina é substituída por ácido aspártico na posição 28 da cadeia B. Essa absorção mais rápida permite uma aplicação pré prandial imediata, o que é bem desconfortável com a regular, que geralmente deve ser aplicada 30 minutos antes da refeição. A duração de ação mais curta evita hipoglicemias tardias como acontece com a insulina regular. A insulina glargina, lançada nos EUA em 2001, é o primeiro análogo de insulina de longa duração. Tem absorção e duração mais longa que a NPH e não possui pico de ação. É produzida pela substituição da asparagina por glicina na posição 21 da cadeia A e adição de 2 moléculas de arginina na posição 30 da cadeia B. Essas alterações diminuem a solubilidade da insulina em pH neutro, tornando sua absorção lenta e proporcionando um fornecimento de insulina constante e sem pico. A insulina detemir, outro análogo de longa duração comercializada com o nome de Levemir, foi recentemente introduzida. Nela há adição de uma cadeia de ácidos graxos no resíduo lisina na posição 29 da cadeia B, com omissão do aminoácido na posição 30 dessa cadeia. Ambas as insulinas glargina e levemir não possuem os picos que são observados com a NPH, lenta ou ultralenta. Apresentam menor variabilidade de absorção e duração maior.

Julianne Campos

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